Autoria: Dias Gomes
Supervisão: Daniel Filho
Direção: Daniel Filho e Walter Campos
Período de exibição: 28/10/1971 – 15/07/1972
Horário: 22h
Nº de capítulos: 179
Supervisão: Daniel Filho
Direção: Daniel Filho e Walter Campos
Período de exibição: 28/10/1971 – 15/07/1972
Horário: 22h
Nº de capítulos: 179
TRAMA PRINCIPAL
- A rivalidade pelo controle do jogo do bicho no subúrbio carioca de Ramos é o tema principal da novela. Artur do Amor Divino, o Tucão (Paulo Gracindo), e Jovelino Sabonete (Felipe Carone), inimigos declarados, são surpreendidos pelo romance entre seus filhos, Thaís (Elizangela) e Márcio (Stepan Nercessian). Os dois bicheiros disputam ainda o amor da taxista Noeli (Marília Pêra), porta-bandeira da escola de samba do bairro. Com ideias feministas, Noeli enfrenta preconceito por ser desquitada.
- No final da novela, Tucão é assassinado. A cena do enterro foi ao ar no capítulo final. Quidoca (Milton Moraes), o braço direito do bicheiro, ajuda a carregar o caixão, vestido exatamente como Tucão e assumindo o papel de seu herdeiro.
TRAMAS PARALELAS
Noeli
- Noeli (Marília Pêra) tem temperamento forte e opiniões firmes a respeito do papel da mulher na sociedade. Insatisfeita com a apatia do marido Tavinho (José Augusto Branco), um homem submisso às vontades da mãe prepotente e controladora, ela pede a separação, disposta a enfrentar o preconceito contra as mulheres desquitadas. Para ganhar a vida, decide trabalhar como motorista de táxi, numa época em que essa atividade era exercida quase que exclusivamente por homens.
Zelito
- Além de Thaís (Elizângela), Tucão (Paulo Gracindo) é pai de Zelito (José Wilker), um rapaz introspectivo e emocionalmente problemático, que passa os dias trancado no quarto pintando quadros, perdido em um mundo de fantasias. Zelito se apaixona por Noeli, e o relacionamento com uma mulher madura e independente o ajuda a superar seus problemas internos e descobrir a vida. Ele e Noeli se casam no final da novela.
GALERIA DE PERSONAGENS
TUCÃO (Paulo Gracindo) – Dono de uma cadeia de lojas de eletrodomésticos, adquirida após enriquecer com o dinheiro do jogo do bicho. É o benfeitor da comunidade, presidente de honra da escola de samba e padrinho do Olaria Atlético Clube. Pai de Thaís (Elizângela) e Zelito (José Wilker), rival de Jovelino Sabonete (Felipe Carone).
JOVELINO SABONETE (Felipe Carone) – Bicheiro rival de Tucão (Paulo Gracindo), pai de Márcio (Stepan Nercessian).
NOELI (Marília Pêra) – Taxista desquitada e independente, porta-bandeira da escola de samba de Ramos. Ex-mulher de Tavinho (José Augusto Branco).
ZELITO (José Wilker) – Filho introspectivo de Tucão (Paulo Gracindo), irmão de Thaís (Elizângela). Vive trancado no quarto, pintando quadros.
THAÍS (Elizangela) – Filha de Tucão (Paulo Gracindo), irmã de Zelito (José Wilker). Apaixona-se por Márcio (Stepan Nercessian), filho do rival de seu pai.
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CURIOSIDADES
- Todas as escolas de samba do Rio de Janeiro se candidataram para participar de Bandeira 2. A escolhida foi a Imperatriz Leopoldinense, na época apenas uma pequena escola sediada em Ramos, onde se passava a trama. A Imperatriz se tornou, com os anos, uma das grandes agremiações do carnaval carioca.
- Paulo Gracindo foi a primeira escolha do autor Dias Gomes para dar vida à Tucão, embora a direção quisesse o ator Sérgio Cardoso para o papel. Grande nome do teatro brasileiro, ele chegou a trabalhar na caracterização do personagem, mas deixou o elenco pouco antes do início das gravações. O motivo, segundo o ator José Wilker, teria sido a recusa da produção em atender ao pedido do ator para que Tucão tivesse mais falas do que seu antagonista, Jovelino Sabonete. O papel terminou entregue a Paulo Gracindo, que até então havia interpretado quase sempre personagens ricos e sofisticados. Seu desempenho como bicheiro suburbano teve imensa aceitação popular e significou sua consagração na televisão.
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TRILHA SONORA
- A trilha sonora original da novela incluía Martim Cererê, o samba-enredo composto por Zé Catimba e Gibi, da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, para o carnaval de 1972. Zé Catimba foi interpretado na novela por Grande Otelo. No disco, o samba foi gravado pelo próprio Zé Catimba, junto com a banda Brasil Ritmo.
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CENSURA
- O bicheiro Tucão (Paulo Gracindo) teve imensa aceitação popular, inclusive entre os contraventores do jogo do bicho. Mas o sucesso não impediu que a Censura Federal exigisse a morte do personagem, sob o argumento de que o bem deveria triunfar sobre o mal. O jornal carioca Luta Democrática publicou manchete que dava ao evento a importância de um fato real: “Morreu Tucão”.
- A atriz Ilka Soares, que interpretava a esposa de um bicheiro, conta um episódio que demonstra até onde iam os militares na sua obsessão pela censura às telenovelas. Em um dos diálogos de Bandeira 2, a palavra “coronel” era usada em uma de suas acepções mais populares: como sinônimo de um amante rico, geralmente mais velho, que sustenta uma mulher jovem – o caso de sua personagem. Os militares interpretaram a cena como uma tentativa de depreciar a patente das Forças Armadas e proibiram que se pronunciasse a palavra “coronel”.
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