Nova novela das 23h da Globo, O Rebu teve um primeiro capítulo promissor. Afinal, diferente do original (exibido em 1974), a identidade do morto já foi revelada na estreia (trata-se de Bruno, vivido por Daniel de Oliveira) e o clima de mistério e intriga veio desde a abertura passando pelo gancho para o segundo capítulo (Ângela, personagem de Patrícia Pillar, sendo alvo de um atentado).
É interessante notar que o título da novela era uma gíria comum nos anos 70 e hoje está quase em desuso. Por isso, teria sido mais apropriado dar um novo nome à trama de Bráulio Pedroso. O Rebu tem como grande diferencial o fato da narrativa se passar em um período de apenas 24 horas. O ‘remake’ assinado por George Moura e Sérgio Goldenberg e com direção de núcleo de José Luiz Villamarim acertou ao manter tal característica mesmo nos dias atuais.
O elenco tem as atuações impecáveis de Patrícia Pillar, Tony Ramos (Braga), Vera Holtz (Vic), José de Abreu (Bernardo) e Cássia Kis Magro (Gilda). Por outro lado, algumas sequências de nudez (principalmente de Sophie Charlotte) pareceram um pouco fora de contexto. Cenários e figurinos são caprichados. A fotografia da novela em tons negros, acinzentados e azulados foi outro ponto alto.
Se na estreia o ponto de mistério costurou todo o primeiro capítulo, ele foi um pouco deixado de lado nos quatro capítulos seguintes. Inovadora na época, O Rebu mostrou que pode sim fazer sucesso e prender o telespectador. Até porque o capítulo de quarta-feira, que ia ao ar após o futebol (depois de 0h) foi rifado da grade.
Na primeira semana, apesar de muitos suspeitos, a trama preferiu apresentar os personagens aos poucos. Até porque, a ação de O Rebu se passa antes, durante e após a festa onde Bruno é assassinado. Pode, por isso, afugentar o telespectador. E ao mesmo tempo atrair aquele que gosta de um mistério fora do convencional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário