Gabriel Braga Nunes e Isis Valverde gravam em Salvador. Foto: Divulgação/TV Globo
- Dizem que Salvador é o berço do axé brasileiro. E também terra da hospitalidade, do calor e da música. Para descobrir os segredos e encantos deste lugar, e conhecer de verdade o universo dos que habitam ali, o elenco de “O Canto da Sereia” - microssérie da TV Globo baseada na obra homônima de Nelson Motta e escrita por George Moura, Patrícia Andrade e Sérgio Goldenberg - gravou cerca de um mês na cidade. "Mais do que uma interpretação, minha proposta foi a de fazer com que o ator realmente vivesse o personagem. Por esse motivo, fiz questão de levá-los para Salvador, para que eles se acostumassem com o jeito, a fala, o natural do baiano. A ideia foi trazer para a trama todo este clima, além de mostrar a cara da Bahia contemporânea", ressaltou o diretor-geral José Luiz Villamarim. Além disso, a estética da filmagem tem algumas peculiaridades que aproximam a trama de um thriller, como a saturação de cores quentes e o uso de câmeras que imprimem mais agilidade à gravação, com direção de fotografia assinada por Walter Carvalho.
Na trama, Isis Valverde dá vida a Sereia, a maior musa pop do Brasil e rainha do axé, que, em plena terça-feira de Carnaval, recebe um tiro certeiro e cai, em cima do trio, na frente de milhares de fãs. A Bahia para. Quem poderia querer tirar a vida daquela mulher tão carismática e no auge de sua fama? Enquanto a pergunta ecoa na cabeça de todo o país, o mistério vira obsessão para o chefe da segurança particular de Sereia, Augustão, interpretado por Marcos Palmeira, e, aos poucos, todos começam a ter seus segredos revelados - e qualquer um pode ser o suspeito.
Com cerca de 70% de suas cenas realizadas em diversas locações em Salvador, como o Palácio do Governo, a Escadaria Santa Barbara, a praça do Farol da Barra, proximidades do Pelourinho, entre outros, a cidade tornou-se um grande laboratório ao ar livre para os atores. E os soteropolitanos, assim como na obra, por diversos momentos, também pararam para conferir as gravações da microssérie. Isis Valverde, a Sereia, não se intimidou, e, tal qual uma rainha do axé, subiu no trio elétrico em plena Praça Castro Alves para comandar uma massa de 800 figurantes, que entraram no clima e se divertiram como se estivessem num verdadeiro Carnaval baiano. A atriz interpretou diversas canções, entre as quais o hit “No ouvido da Sereia”, feito especialmente para a trama, acompanhada em coro pelos foliões. A gravação, que levou para a rua muitos curiosos, chegou a ser confundida com realidade. "Antes de subir no trio, senti um frio na barriga, mas depois que cheguei lá tudo foi tão mágico, que embalei e me entreguei. Quando você esta em cima do trio, existe uma conexão com os folioes que não dá pra explicar", afirma Isis Valverde.
Para essas cenas do Carnaval, que duraram mais de três dias e movimentaram o coração da Castro Alves em pleno mês de novembro, foi utilizado um dos maiores trios elétricos de Salvador. Fora confeccionados também 500 abadás - sendo 400 do trio da Sereia -, mil bastonetes, cinco grandes bolas e diversas credenciais de camarote. Para a confecção do abadá, a produção de arte fez uma pesquisa para ser o mais fiel possível às vestimentas dos blocos, já que a cena no Carnaval se mistura gravações reais da festa. “Dentre as opções de cores, optamos pelo amarelo para brincar com o dourado e com a ideia da Sereia sempre iluminada. Esse processo de pesquisa e escolhas, entre o início da concepção e a produção dos abadás, durou cerca de um mês”, afirma Moa Batsow, produtor de arte da microssérie.
Com os outros atores, a comoção foi a mesma. Na Escadaria Santa Bárbara, Marcos Palmeira (Augustão) e Fábio Lago (Vavá de Zefa) chamavam a atenção ao caminhar durante as gravações, enquanto curiosos se amontoavam para ver Gabriel Braga Nunes (Paulinho de Jesus) nas proximidades do Pelourinho. Marcos Caruso, que dá vida ao governador Doutor Jotabê, também atraiu dezenas de fãs durante suas cenas no Palácio do Governo.
Para as gravações em Salvador partiram do Rio de Janeiro seis caminhões com maquinários, figurino, arte, além de um furgão de grua e uma van com equipamentos. Ainda assim, parte dos elementos de cena e do figurino são oriundos da capital baiana. Alguns dos vestidos de Sereia – inspirados em tramas de pescador - foram confeccionados em Salvador. Já os adereços cenográficos se misturam, mesclando objetos locais com os providenciados no Rio de Janeiro. A produção também contou com uma grande equipe de produção local, o que ajudou a reforçar a composição da microssérie. Somados aos mais de 80 profissionais que viajaram para a cidade, toda a equipe cenotécnica e de infraestrutura contratada era local, além de mais de dez profissionais envolvidos com produção, direção, figurino e caracterização. As gravações da microssérie “O Canto da Sereia” continuam no Rio de Janeiro até o final do ano.
Escrita por George Moura, Patrícia Andrade e Sérgio Goldenberg, com supervisão de texto de Glória Perez, a microssérie “O Canto da Sereia” é baseada na obra homônima de Nelson Motta. Tem direção de núcleo de Ricardo Waddington e direção geral de José Luiz Villamarim. A estreia está prevista para janeiro de 2013.
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