Powered By Blogger

HORAS

00:00:00

Seguidores

Total de visualizações de página

sábado, 14 de janeiro de 2012

Maria Adelaide Amaral fará o remake de “Que Rei Sou Eu?”

AgNews 
Maria Adelaide Amaral contou a QUEM quais serão seus próximos trabalhos na TV, após o fim de "Dercy de Verdade", minissérie exibida até a última sexta-feira (13). A autora de tramas de sucesso como "Anjo Mau" (1997) e "Ti-ti-ti" (2010) adianta que vai escrever o remake da novela "Que Rei Sou Eu?", sucesso exibido em 1989.
Nesta entrevista exclusiva, ela fala sobre a personalidade deDercy Gonçalves, que morreu aos 101 anos, e critica a classificação indicativa dos programas de TV. "Fico muito indignada com certas proibições". Leia abaixo o bate-papo com a autora:
Dercy
 QUEM: Como veio a ideia de contar a vida de Dercy Gonçalves?
MARIA ADELAIDE AMARAL: Ela foi uma grande comediante e uma grande mulher, merecia ser lembrada pelas gerações que a conheceram e ser apresentada às que não tiveram oportunidade de conhecê-la. Só me detive naquilo que é realmente fundamental. As gravações começaram no final de outubro em Santa Maria Madalena (RJ, onde a atriz nasceu) e foram até o final de dezembro. Como sempre, trabalhei em estreita colaboração com o Jorginho Fernando. Escolhemos juntos o elenco. Tivemos só quatro capítulos para contar essa história e a intenção desde o começo era transformar essa minissérie em filme.

QUEM: Como era a Dercy que você conheceu?
MAA: Dercy era mulher extremamente moralista, muito ligada à família e aos princípios que essa idéia incluía.

QUEM: Dercy falava bastante palavrão. Como foi retratar isso na TV?
MAA: Ela falava sim, e essa era sua marca registrada. Razão pela qual a minissérie entrou depois do ‘Big Brother Brasil’.
  Fabio Cordeiro/Revista QUEM
Da esquerda para a direita: Maria Adelaide Amaral, o diretor Jorge Fernando, Heloísa Perissé e Fafy Siqueira, que interpretaram Dercy

Televisão
QUEM: O que acha da classificação indicativa da programação?
MAA: Sou do tempo da censura na época da Ditadura. E fico muito indignada com certas proibições impostas por essa classificação indicativa.

QUEM: “Anjo Mau” era uma novela bem adulta. Acredita que se a escrevesse hoje, teria a mesma liberdade para tratar de assuntos como estupro às 18h?
MAA: Como você mesmo disse, tratava-se de uma novela adulta, realizada em 1997/98 que, porém, seria impossível de ir para o ar atualmente.

QUEM: Acredita que a abordagem da homossexualidade feita no remake de “Ti-ti-ti” influenciou novelas posteriores, como ‘Insensato Coração’ e “Amor e Revolução” (SBT)?
MAA: Não vi nada de ‘Amor e Revolução’ e assisti muito pouco de ‘Insensato Coração’ para poder opinar. O importante em ‘Ti-ti-ti’ foi termos apresentado os homossexuais com dignidade e não como caricaturas. Silvio de Abreu fez isso em ‘A Próxima Vítima’ (1995, que tinha o casal Sandrinho e Jefferson, interpretados por André Gonçalves e Lui Mendes). Nesse sentido ele foi o corajoso pioneiro.
QUEM: Quais as lições que você guarda da parceria com o autor Cassiano Gabus Mendes?
MAA: Ele me ensinou a simplicidade e a leveza. E acima de tudo, que é possível ser feliz escrevendo para a televisão.

AgNews

QUEM: Você já declarou gostar mais de escrever minisséries que novelas. E boa parte de suas obras são ambientadas em períodos históricos, como “A Muralha” (2000) e “A Casa das Sete Mulheres”. Prefere tramas de época que contemporâneas?
MAA: Trabalhei muitos anos fazendo pesquisa. O passado e a história me interessam tanto quanto o presente e tudo que diz respeito à vida contemporânea.

QUEM: Na época de “Os Maias” (2001) sofreu pressões para mudar a história por conta da baixa audiência?
MAA: Não, porque a minissérie já estava inteiramente escrita.
QUEM: A sinopse de “A Dança da Vida”, que você apresentou à Globo em 2002, foi engavetada...
MAA: Agradeço todos os dias a Deus por ela ter sido engavetada. Por conta disso, pude escrever a peça ‘Tarsila’, (as minisséries) ‘A Casa das Sete Mulheres (2003) e, no ano seguinte, ‘Um Só Coração’, que retomou a trama dos modernistas já abordados em ‘Tarsila’.
QUEM: Acredita que o formato de “O Astro”, com cerca de 60 capítulos, é um caminho viável para fazer remakes sem modificar demais a história original?
MAA: 60 capítulos estão de bom tamanho para uma novela que vai ao ar tarde da noite - tarde para mim, claro, pois durmo e acordo com as galinhas. Para o autor do remake, o importante é respeitar o ponto de partida e ter toda liberdade de criar e atualizar, sem ele se sentir intimidado ou engessado pelo original. De outro modo, seria mais prático - e barato -  apresentar uma edição reduzida da história original no 'Vale a Pena Ver de Novo'.
VIDA E CARREIRA

   AgNews
QUEM: Como é sua rotina quando está escrevendo? E o que gosta de fazer quando não está?
MAA: Acho que sempre estou escrevendo alguma coisa. Quando não é para a televisão, é roteiro de cinema, peça ou adaptação de peça de teatro. Quando tenho tempo adoro ir ao cinema, teatro, caminhar, nadar, gosto muito de passar algumas horas em museus. E tenho um grande prazer em sair com meus amigos para jantar ou recebê-los aqui em casa. Também gosto de cozinhar.

QUEM: Você nasceu em Portugal... como foi a vinda e a adaptação no Brasil?
MAA: Tinha 12 anos quando cheguei a São Paulo e foi muito fácil a minha adaptação. Claro que, nos anos 50, era outra cidade, mas apesar de tudo o paulista continua acolhedor.

QUEM: Conte virou autora de peças de teatro...
MAA: Estámos em 1974 e eu trabalhava em uma editora de revistas quando houve um passaralho colossal. Mais de 100 pessoas foram demitidas. Entre o boato e o fato, muitas emoções. Uma noite cheguei em casa e comecei a escrever sobre o que estávamos vivendo. Assim nasceu 'A Resistência”, que foi montada em 1979 no Rio de Janeiro com enorme sucesso de crítica e público.
QUEM: Você se formou em jornalismo e já trabalhou na área. É a favor da não obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão?
MAA: Eu era contra a obrigatoriedade do diploma. E, aliás, foi por isso que fui fazer jornalismo junto com outros profissionais que já trabalhavam na área há anos. Era o caso, por exemplo, de Augusto Nunes e Heródoto Barbeiro, meus colegas de classe. Mas hoje, considerando o baixo nível escolar, sou a favor dos quatro anos de faculdade.

QUEM: Com o fim de “Dercy de Verdade”, quais seus próximos projetos para a TV?
MMA: Estamos, Vincent Villari e eu, trabalhando na sinopse de uma novela das 19hs para 2013. E devo fazer em 2014 o remake de ‘Que Rei Sou Eu?’ Para o horário das 23h.

Nenhum comentário:

Postar um comentário